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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Rolling Stones dão 'beijinho no ombro' e fazem show certeiro em SP


Não tem erro: Mick Jagger e Keith Richards, ambos aos 72 anos, são excepcionais só ao fazerem o esperado. Com sorrisos no rosto, os Rolling Stones fizeram um show certeiro na noite desta quarta-feira (24) no Morumbi. O vocalista, que tem filho brasileiro e fala português o tempo todo, mandou até "beijinho no ombro" e imitou o gesto de Valesca Popozuda.

Com Jagger soltinho no palco, como sempre, e Keith tocando para 65 mil pessoas como se estivesse em uma festinha com amigos, é difícil achar um defeito no show. Quem sabe no público da pista premium, disperso em conversas e selfies ali pelo meio da noite, mas arrebatado pelos clássicos finais. O show começou por volta das 21h15 e durou cerca de duas horas e quinze minutos.

Veja galeria com fotos da apresentação.

Com alguns minutos de atraso, mas sem a chuva que castigou o estádio durante toda a tarde, a banda deu início à apresentação com "Start me up".  Entre clássicas como "Paint it black", "It's only rock'n roll" e "Satisfaction", que encerrou a apresentação, os britânicos ainda emendaram canções menos manjadas, como "Worried about you" e "Bitch", que não rolaram na apresentação do Rio de Janeiro, no último sábado (20).

Eles não tocaram "Angie", como no Maracanã. Em compensação, só os paulistas viram "Beast of burden". Difícil saber quem perdeu. A música escolhida na votação carioca foi "Like a rolling stone", de Bob Dylan, enquanto a do Morumbi, que tinha opções menos óbvias, foi do grandioso riff de "Bitch".

No meio do show, Keith Richards manda sozinho a country "You got the silver" e o rock de arena "Happy", com a voz detonada e o violão e a guitarra sensacionais. Difícil não curtir o jeito mais lento e distorcido que deu um brilho especial a "Paint it black" ou o solo de "Midnight rambler", que ele toca de olhos fechados e rindo sozinho.

"É incrível estar no Morumbi pela primeira vez. 18 anos. Não acredito, Sampa", lembrou o vocalista, em referência ao tempo que ficou sem tocar na cidade. Ele também citou os "18 anos que fiquei sem comer pastel e mocotó". O bisavô descolado também mandou um "Meu, e aí moçada" e um "seus lindos".

É imbatível a combinação do guitarrista que toca tranquilo e relaxado alguns dos riffs que melhor sintetizam o rock com o vocalista imponente e ainda favorável a reboladas e corridas impressionantes para um septuagenário. Talvez ajude a alegria de gringos que sabidamente se encantam com o Brasil há décadas - "pintos no lixo", como diria Jamelão.

Mas há algo ali bem profissional - no bom sentido, com méritos para o igualmente relaxado Ronnie Wood e o  impassível Charlie Watts.

O bis teve outro momento caprichado, com um coro no palco em "You can't always get what you want", levando a sério os agudos arrepiantes da gravação original. "Satisfaction" e fogos de artifício foi a combinação final mais manjada e divertida possível. Foi o mínimo que se espera dos Rolling Stones: o máximo.

Abertura segura
Os Titãs foram bem na abertura, em show certinho, sem riscos: alto astral e só musicas mais velhas e conhecidas. Branco Mello mandou um "Viva os Stones" e a banda ganhou de volta até um corinho de "Titãs, Titãs".

 Sob chuva o tempo todo, o início dos paulistas foi morno, mas foram ganhando o público aos poucos com "Cabeça dinossauro", "Polícia" e outras velharias infalíveis. Subiram ao palco pontualmente às 19h e saíram cinco minutos antes do previsto, às 19h45, com seu manjado cover de Raul Seixas, "Aluga-se", e clima de missão cumprida.

Ingressos esgotados
Os Rolling Stones ainda vão tocar no sábado (27) no Morumbi. Todos os ingressos estão esgotados. Os Titãs voltarão a abrir o segundo show paulista. Depois, a banda encerra a Olé Tour no Brasil em Porto Alegre, na quinta-feira, dia 2 de março, no estádio Beira Rio, com abertura da Cachorro Grande. As entradas para o último show também já terminaram.

A banda ainda vai passar por Lima, Bogotá e Cidade do México em março na turnê latino-americana. Antes disso, eles passaram por Santiago, La Plata e Montevidéu. No ano passado, a banda chegou a comentar rumores de uma negociação para shows em Cuba, mas não houve confirmação.

Após a Olé Tour, o grande projeto da banda para 2016 é a turnê Exhibitionism, que repassa a carreira dos Rolling Stones e rica em cartaz de abril a setembro na Saatchi Gallery, em Londres. (G1)



São Paulo – Sábado – INGRESSOS ESGOTADOS
Data: 27 de fevereiro
Horário: 21h
Local: Estádio do Morumbi

Porto Alegre - TODOS OS INGRESSOS ESGOTADOS
Data: Quarta-feira, 02 de março
Horário: 21h
Local: Estádio Beira-Rio

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

'Estou muito feliz em estar de volta ao Rio', diz Mick Jagger antes de show

 "Estou muito feliz em estar de volta ao Rio, mal posso esperar para vê-los no sábado à noite!", escreveu em português Mick Jagger, em seu perfil no Twitter nesta quinta-feira (18), dois dias antes do show dos Rolling Stones na cidade. No Brasil, os britânicos realizam quatro apresentações, no Rio (20) em São Paulo (24 e 27), e Porto Alegre (2 de março).

Ele já tinha falado com os fãs no Twitter em português sobre os shows no final de janeiro. "Nós estamos indo para a América do Sul na próxima semana!", publicou o cantor em sua conta na rede social. "Quais as musicas (sic) vocês gostariam que tocássemos na turnê? E quem vai aos shows?!"

Mick Jagger, Keith Richards, Charlie Watts e Ronnie Wood devem tocar clássicos dos Stones como "Gimme Shelter”, "(I Can’t Get No) Satisfaction", "Jumpin' Jack Flash", "Sympathy For The Devil", "Start Me Up" e "Miss You".

 
Show no Rio
Haverá um esquema especial de trânsito para o show do Rio de Janeiro, primeiro desta turnê no Brasil, no Maracanã. Veja horários, instruções de trânsito e mais informações. (G1)

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Sepultura e Angra no carnaval baiano: plano ousado, mas será uma boa ideia?


Uma nova fronteira? Um novo nicho de mercado? Oportunismo? Quem teria coragem de assistir a uma apresentação de Angra e Sepultura em Salvador em pleno carnaval baiano? E pior, no bloco/esquema liderado por Carlinhos Brown?

Duas das maiores banda de metal do Brasil decidiram aceitar o convite para participar da folia em Salvador no dia 6 de fevereiro, sábado, no Circuito Dodô (Barra-Ondina) – provavelmente em cima de um trio elétrico.

Na grande muvuca que é o carnaval de Salvador, são poucas as pessoas que realmente ouvem alguma coisa do que é tocado nos trios elétricos.

Por mais pesado que seja o som, será que alguém vai prestar a atenção? Na verdade, será que alguém saberá quem são aqueles cabeludos? Será que alguém vai se interessar por bandas de rock alienígenas mas ruas da capital baiana?

Os músicos do Angra ressaltam a importância da presença da banda na Bahia, em pleno carnaval, como uma exaltação à diversidade cultural baiana.

Na divulgação do projeto, o quinteto paulistano informa que participará do bloco sem cordas que será uma homenagem ao rock – mprojeto que surgiu da amizade e parceria de anos entre o empresário Paulo Baron, diretor da Top Link Music, e o cantor Carlinhos Brown.

O camarote andante intitulado “ Black Rock” foi anunciado ano passado durante a abertura do Sarau do Brown 2015 que contou também com a participação de músicos da banda Angra -e existe a promessa de que não será apenas um projeto voltado para o período de carnaval.

Brown, por sua vez, já colaborou com Sepultura no álbum “Roots'', de 1996, ainda com Max e Iggor Cavalera. A amizade é antiga e se adequa aos conceitos e interesses do guitarrista Andreas Kisser, que nunca negou interesse em outras áreas da música, em especial em ritmos regionais brasileiros e sua mescla com o thrash metal.

Ainda que as parcerias tenham sido firmadas no ano passado e que as duas bandas manifestem entusiasmo diante do projeto, ainda assim pairam dúvidas sobre a conveniência de colocar dois ícones do metal mundial nas ruas de Salvador – ou até memso em cima de um trio elétrico.

 Por outro lado, não deixa de ser um plano ousado e audacioso dos músicos em tentar “expandir'' o campo de interesses e a possibilidade atingir novos públicos. É uma experiência no mínimo curiosa.
Os tradicionalistas do rock já estão chiando; os foliões baianos, por enquanto, não estão dando a mínima. Comercialmente, a empreitada deverá ser interessante, ou então os dois grupos não embarcariam nesta canoa. Mas será que, artisticamente, faz sentido, por mais que as duas bandas bradem que sempre buscam novos interesses e novos horizontes? (combaterock.)




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